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Quando falar a verdade para o seu filho?

É comum que na vida familiar ocorra  um episódio em que os adultos não saibam se devem ou não contar para as crianças sobre o que está acontecendo. Diante desses momentos pode ser que os cuidadores precisem de um tempo para eles próprios se acostumarem com a situação, elaborarem melhor o fato e só depois é que irão passar a informação para os filhos, geralmente quando não podem mais esconder.

 

A tentativa dos pais, quase sempre é de poupar os menores, pois não querem vê-los tristes ou com medo. Mas nessa tentativa de proteção é possível que estejam gerando mais ansiedade e insegurança.

As crianças, mesmo as bem pequenas, são muito sensíveis aos sentimentos que circulam em sua família. Por serem menos racionais e captarem as impressões do ambiente de uma forma mais sensorial e até inconsciente, elas costumam saber que “algo” acontece.

 

Nem sempre os filhos perguntam aos pais o que está havendo e muitas vezes sequer passa por seu raciocínio que a família atravessa um conflito. O que não significa que não saibam em algum nível...

 

O “saber” infantil é uma sensação, uma energia que se capta do ambiente; do olhar dos adultos, da movimentação e dos comentários que pode ou não ouvir e especialmente do sentimento que está no íntimo dos seus familiares, enfim, eles percebem em seu próprio corpo e em sua emoção que existe um mal estar "no ar".

 

Não há como estar inserido num campo psicológico conturbado sem um registro interno disso. Pode até não haver uma representação direta na consciência da criança, dependendo da idade dela, mas sempre ocorre uma influência, que pode se manifestar de diferentes formas.

 

Quando aparecem sintomas nítidos, eles podem ocorrer como alterações no sono, na alimentação, no humor, no rendimento escolar, ou mesmo com baixa de imunidade e não necessariamente de imediato. Às vezes o sintoma nem aparece... mas algo é sentido. Também é comum acontecer a identificação com o comportamento de alguma figura que está sendo, ou sente-se, excluída do sistema, como é o caso especialmente de separação conjugal.

 

Então, esconder da criança um determinado problema que mexe com a família pode ser muito ruim para ela, pois, se já estiver captando algo através de sua emoção, o melhor seria que alguém pudesse lhe  nomear essa sensação estranha. Isso geralmente alivia sua ansiedade, pois lhe dá o direito a voz, a possibilidade concreta de falar sobre o assunto, de perguntar, de manifestar seu sentimento.

 

O assunto escondido pode ser uma separação, doença, adoção, perda de emprego, ou tantos outros assuntos sérios pelos quais as pessoas eventualmente passam. Os detalhes não precisam ser compartilhados com os filhos. Muitas vezes o ideal é que eles não se envolvam com assuntos de adultos para não alimentarem a ilusão de que podem ou devem fazer algo para ajudarem a família, até porque precisam ficar "livres" para  vivenciarem suas etapas naturais de crescimento.  

 

Mas, considerando que já estão de certa forma envolvidos, eles irão confiar muito mais no potencial dos adultos de resolverem as coisas e vão se sentir bem mais protegidos se alguém lhes der uma noção  do que realmente se passa no ambiente. Poupar a criança de frustração é uma intenção muito amorosa dos pais, mas também ilusória, porque ao crescer ela passará por muitas outras e justamente a forma como será ensinada, em seu primeiro núcleo social, dará a ela um bom modelo de como se lida com os enfrentamentos da vida.

 

Assim, fale a verdade desde o início. Fale com as palavras que as crianças entendam, fale com simplicidade e não dê falsas esperanças. Também evite culpar Deus ou quem quer que seja pelo acontecimento. Concentre-se no presente e nos recursos que cada um possui para enfrentar a situação. Se precisar de ajuda, procure alguém que possa ajudá-lo, mas nunca trate seus filhos como seres alienados, porque eles sempre “sabem”...

Vera Estrella 

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